Oi turma
Chegamos na Rússia, terra dos Tsars e também da revolução socialista, justo no dia que comemora-se o Dia da Vitoria (da segunda guerra mundial – 9 de Maio). Só soubemos do feriado quando chegamos e após o horário do desfile na Praça Vermelha. Mas a cidade estava em festa, com muita gente nas ruas e praças – muitas praças. Já foi uma boa primeira impressão da cidade e de como os russos vivem por aqui. Também aprendemos logo de cara que serviço de taxi e bem complicado e praticamente inexistente, tendo que ser tudo negociado....muito negociado e que a maioria são taxis informais e, as vezes, uma armadilha para estrangeiros – forte a recomendação para não utilizá-los.
Nosso primeiro hotel era longe do centro mas perto de uma estação de metro, o que nos fez desenvolver uma razoável expertise de como usar o eficiente sistema de metro da cidade. Naturalmente estivemos em diversas das muito bem decoradas estações de metro, com muito mármore e enfeites e ate lustres, que confirmam a fama de serem as mais bonitas do mundo. Depois mudamos para o centro pois decidimos ficar mais tempo em Moscow, o que foi bem mais conveniente e mais próximo de restaurantes e teatros.
Nosso primeiro dia foi dedicado a visitar a visita a Praça Vermelha, que ainda estava enfeitada para os festejos do dia anterior, e ao Kremlin e suas igrejas e museus. Visitamos a igreja de São Basilio, , assim como o sofisticado Gum Mall, que fazem parte do cartão postal da Praça Vermelha, visitamos todas as igrejas e museus do Kremlin, com especial destaque para o Armoury Museum, que e muito completo, expondo desde as roupas usadas em cerimônias de coroação pelos reis, rainhas e princesas, passando pela interessantíssima coleção de carruagens reais e presentes recebidos pela família real e para o Diamond Fund Exposition com a estonteante coleção de jóias e diamantes – potes de diamantes - e muitas jóias de diamantes e outras pedras como rubis e esmeraldas de tamanhos surpreendentes, inclusive a maior safira do mundo.
Para variar, estávamos um pouco adiante da ballet season do Bolshoi, que so começa no final de Junho. Mas conseguimos bons ingressos para assistir uma belíssima montagem de Romeu e Julieta organizada pelo Brilliant Classical Ballet do Magnífico Stanislavsky (e assim que ele se identifica!!!). O ballet foi realmente perfeito, com uma montagem interessante e nossos vizinhos de cadeira, um casal da Austrália sendo ela uma ex-bailarina, estavam maravilhados com a performance. Com todo nosso desconhecimento da arte do ballet, tivemos sorte de escolher essa apresentação.
Fizemos um citytour com 13 paradas, visitando os principais pontos turísticos da cidade e recebendo informações sobre o dia-a-dia dos russos durante e depois do regime socialista. Com isso, alem dos pontos turísticos, passamos pelas casas de Kruschev, Brezhenev, e outros que não lembro o nome, assim como pelo bairro das embaixadas socialistas(so elas naquele pedaço) e por prédios onde acomodavam-se o povo em apartamentos mínimos que eram cedidos pelo governo socialista sem custo e que tinha fila de espera de ate 10 anos para conseguir um!! Isso passou e hoje esses apartamentos podem ser vendidos.
Aqui eles realmente gostam do governo atual e do Putin e são orgulhosos de seu Pais(talvez por isso e que tão poucos falam inglês por aqui – e uma dificuldade se fazer entender e, de certa forma, eles tentam atender, respondendo em russo!!!!). Tivemos dois momentos em que fomos socorridos por jovens russos, que fizeram questão de nos auxiliar e dar a melhor impressão possível da hospitalidade russa, mas assistimos uma cena inusitada de um motorista que ficou injuriado com a fechada que nosso taxi deu nele e queria brigar com ele de qualquer forma – como o nosso motorista não desceu do carro, ele quebrou o vidro do nosso carro com um soco!!!
Fomos ao Pushkin Museum of Fine Art e fomos premiados com uma espetacular exposicao da Maison Dior. Vestidos e jóias belíssimas integradas a pecas do museu. Assim, vestidos com inspiração egípcia estavam ladeados por pecas da coleção do museu – sarcófagos e tablets com inscrições egpcias, vestidos com inspiração espanhola ladeados por quadros de Goya e assim por diante. Um show!!! A coleção do museu também e muito boa, mas ficou eclipsada pela montagem Dior.
De Moscow seguimos para visitar 3 cidades próximas que compõem a Golden Ring. São cidades com grandes monastérios e igrejas antigas e que são muito bonitas. Visitamos o enorme monastério de Sergiev Posad, onde assistimos parte da missa que, por ser Crista Ortodoxa, e muito diferente da Católica, e na hora da consagração as portas são trancadas – ninguém entrava ou saia, inclusive nos! Outra curiosidade desse monastério e que Pedro o Grande passou a infância nele e parte dos prédios eram residência da família real. Em Rostov estivemos no Kremlin (que segundo nosso guia quer dizer cidadela entre muros) e no monastério, ambos a beira de um lago e muito bem restaurados. As casas típicas da região tem molduras muito trabalhadas e bonitas – a Veva queria levar umas de brinde mas era meio ruim de carregar!!! Em Yaroslav, que e a maior cidade da região com bom parque industrial e a beira do rio Volga, visitamos o monastério, e algumas igrejas que foram construídas nos séculos 13 a 17 e são belíssimas. Algumas com afrescos bem mantidos.
Dessa viagem pelo interior vimos que a terra não desenvolvia agricultura e perguntamos o porque. Soubemos que o governo e quem tem a propriedade da terra e que ela por cedida a indivíduos que a requisitam, sem prazo certo de retorno ao Estado. Isso quer dizer que o Estado pode requisitar o retorno da terra a qualquer tempo. Essa insegurança temporal faz com que os indivíduos não se aventurem a requisitar terra para plantação, que também não e fácil de obter face a forte estrutura burocrática do Pais.
Seguimos para São Petersburg em trem rápido(3 horas e meia de Moscow) e nos maravilhamos com a belíssima cidade e com o que ela oferece de arte e cultura. Foram 4 dias intensos, tentando aproveitar o maximo, inclusive por que escurece so as 23:00hs. E não deu para visitar tudo que e oferecido!! Mas cumprimos o principal : Hermitage, com seus salões reais e uma infinidade de obras de arte excelentes, o Palácio Peterhof com suas dezenas de fontes, as igrejas e catedrais, que não são poucas, visitamos o Forte São Pedro e São Paulo e assistimos um ballet no teatro Mariinsky (conhecido por ter o melhor corpo de baillet da cidade e ser o mais antigo ainda em operação). Andamos bastante e percorremos quase todos os canais a pe, apreciando as construções e palácios. Vale destaque o grande desfile que as mulheres russas fazem por aqui, sempre muito arrumadas e a praticamente inexistência de executivos usando terno e gravata.
No geral as cidades russas são muito limpas e arrumadas, mesmo nas áreas suburbanas que visitamos. E tem muitas praças e quase todas com estatuas e bustos de membros da realeza ou de políticos....e pensar que a primeira estatua colocada em praça publica na Rússia foi a de Pedro o Grande em meados de 1700 ..... acharam graça e nunca mais pararam!!Tem estatua em todo lugar!! Tem também muitos jardins. E como estamos em plena primavera, tem muita flor plantada. Em contrapartida, não vimos sinais de desenvolvimento ou de construções de prédios ou estradas com vimos na China e Índia e outros países que visitamos.
Foi corrido mas conseguimos cumprir a agenda apertada local.
Ate a próxima
Zeco e Veva